CORPO

CORPO

Património único do deserdado,

É seu corpo tantas vezes sofredor,

Por não ser bem alimentado.

Raras vezes lhe sente prazer. Quase só dor.

Alguns, muitos, nele põem vaidade,

Outros nem a mais leve presunção,

Porque lhe reconhecem futilidade,

De nele depositar tanta ostentação.

Corpo, a todos devias mostrar fragilidade

Para que sobre ti de reflectisse,

Por certo, ganharia toda a humanidade

E a inteligência venceria a idiotice.

O mundo é tão pequeno para alguns,

Que no seu corpo lhe centram as atenções,

Esquecem-se de todos e de nenhuns,

Muitas vezes são regra, poucas as excepções.