Tem um sangue ali
Tem um sangue ali...
Que chora a humilhação
A degradação de ser
Que maldisseram o nascer
Cuidaram para futuro não ter
Tem um sangue ali
De uma vida
Arrancada da Mãe
E ser nada viver
Que a dor é ignorada
Esquecida, apagada
Menosprezada como um nada
Nada é sofrer
Não tem fotos na memória
Negam a história
Pra calar o grito sofrido, doído
Desumano, que foi negado o ser
Tem um sangue ali
Da infância perdida
Como a bala
que o dedo genocida
Sentencia morrer no ninho
E não florescer
Tem um sangue ali
Do mesmo alvo
Que desde o nascimento desse chão
Determinou que vida não importa
Não importa não!