O abismo das ruas
olhai, meu deus, estas crianças
mergulhadas no abismo das ruas
lançadas na escuridão, sem esperanças
despidas de moral, de dignidade, nuas
cuidai, meu deus, destes inocentes
usados, consumidos e corroídos
farrapos da sociedade, carcomidos
pela escória, restolho, pelo entorpecente
iluminai, meu deus, o caminho destes pequeninos
com tua luz, com teu fulgor
que do pranto desabroche um sorriso de menino
que do espinho renasça a mais linda flor