Águas que me banham
águas que me banham
que encharcam nossas casas, nossas vidas
que maltratam essa gente tão sofrida
e afogam a esperança daqueles que, ainda, sonham
águas que inundam o sorriso, a felicidade
que transbordam o copo, a jarra, a vida
que nos deixam sem teto, sem guarida
sucumbe toda e qualquer dignidade
é o choro da natureza usurpada
que sofre nas mãos do homem inconsequente
em prantos, reage, revoltada
e fere feito dor pungente