Mendigos a mendigar

Nestas madrugadas tão frias

Vejo no mundo vidas vazias

Passando frio e fome

Enquanto os males as consome.

Nas noites derradeiras da maldade

Há pois muita falsidade

Sujeitos ao desprezo e a prostituição

Muitas moças de pé no chão

Fazendo a vida com seu corpo

Chega da desgosto

Ver alguns destes rostos

Sem condições pra estudar

Que país é esse que não oferece uma escola

Pra seu povo se dignificar.

Vagando em meio a noite assustadora

Mendigos a mendigar

Pedir de tudo o que possam dar

Mas o ser desumano

Não pode ajudar um mano

Com comida ou um lar

A noite escura e assombrosa

Mostra a realidade mais sebosa

Que a prostituição possa pagar

O corpo nu, vale um dólar pagar?

O sentimento de desprezo

De um corpo não mais ileso

Que por comida possa pagar.

As noites mostram

O que a sociedade não quer mostrar

Mendigos a mendigar

Governos a não gonvernar

Pesadelos de um país

Que não tem uma raiz

Para o povo ajudar

Não traçaram um plano

Para sair debaixo desse pano

E as subclasses não podem mostrar

Vergonha alheia, o rico de barriga cheia

E o pobre a mendigar

Mostram a pátria amada

De um povo sem amor,

Sem dó de uma pobre alma

Mendigando apenas migalhas.

Mostram o país das igualdades

Mas tamanho preconceito

É que o político eleito

Vira as costas às suas irmandades

Pra riqueza acumular.

Escondem o pobre sem lar

Vivendo a mendigar

Uma pátria amada tão viril

Que ainda chamam de Brasil.

Barroso L
Enviado por Barroso L em 27/06/2020
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