MARIA DAS FOMES
Estava com fome, ódio e dor
A mãe que roubara para saciar
A desnutrição de seu pequeno roedor
Ela era um cão querendo se vingar
Uma semente contornando obstáculo
Aquela que perdoa todos os pecados
Ela estava no lixo com seus tentáculos
Farejando um resto de comida, uns trocados
Ela é mãe nos sinais, nas calçadas
Lavando banheiro de patroas desconfiadas
Se algo desaparecer, ela é culpada
Mas ela sempre leva um pouco de riqueza esnobada
E faz seu banquete com as migalhas
E dorme com seu filho em uma manjedoura de palhas...