TRAGÉDIA SUBURBANA

Se envolveu com o tráfico na infância

Mas não tolerava normas que lhe ditassem

Nenhuma lei lhe prendia a paciência

Só vivia a vida que ele, artista, criasse

Resolveu ser trabalhador honesto e casar

Mas sua esposa lhe traía pelo mundo

O Faroeste Caboclo resolveu escutar

Entrou em casa e deixou todos mudos

Fez chacina na sala e em sua alma

Lavou mulher, sogros, e cunhados e o tempo

Lavou infância, ódio, orgulho e trauma

Seu mar fez-se vermelho e ele naufragou lento

Naufragou seu futuro, sonhos, planos e amor

Nas águas inquietas da revolta sofrida da dor

A miséria era adorada na estátua do seu andor com ardor.

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 24/06/2020
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