QUEM VENDE QUEM?
Sou camelô e minha sina é vender
Não vendo sonhos, porque isso é falsidade
Sou só penar, e meu tempo é padecer
Mas trago alegria pra sufocar tanta maldade
Pedi esmola quando criança para comer
Mandavam eu arranjar trabalho e profissão
Para montar banca e começar a crescer
Tive de labutar para um avarento patrão
Mudei de loja como troquei de mulher
Cada canto e gente têm defeitos imperdoáveis
Foi, então, que aprendi a me defender
Tratando com egoístas, prepotentes, intoleráveis
Hoje vendo rádio, relógio e pulseiras
Como quem faz música, tempo, vaidades e asneiras...