Nuvens sangrentas
Eu amo todos os dias nublados
dias em que escuto o céu falar
dias que por ele somos tocados
eu amo a chuva me molhar
Eu sorrio com os bradares dos trovões
admiro suas naturais canções
me fascino vendo os raios dançando
e com as luzes que vêm me proporcionando
As calçadas pintam-se de capas coloridas
e guarda-chuvas diferenciados
as cidades continuam suas vidas corridas
mas nas ruas, caos e carros parados
Eu odeio as enchentes
levam sonhos e histórias
devastam a vida de muita gente
e deixam apenas as memórias
Eu odeio os desmoronamentos
chegam sem aviso, furiosos
depois restam os lamentos
e as lembranças de dias saudosos
Eu queria que todos pudessem amar
essas belas nuvens cinzentas
queria que todos pudessem se alegrar
ao ver no céu essas nuvens cinzentas
Mas pra uns são anúncio de devastação
e não apenas nuvens cinzentas
trazem consigo um aperto no coração
são dolorosas nuvens sangrentas