A FEIRA CENTRAL
Um cantador é cantado por pé quebrado
As galinhas vendem uma fofoqueira
Os feijões elogiam um magro engasgado
O cavalo explora sua cavaleira
As carnes não sentem o cheiro do imundo
As ferramentas consertam o aproveitador
As verduras alimentam seus defuntos
Os bombons e pipocas alegram um palhaço de dor
O botequim conversa tudo com a cachaça
E os cavalos pesam a luta que há na fome
Carrinhos-de-mão carregam a vida e a desgraça
Doces e queijos mostram as moscas do descuido
No fim da feira, só os restos dos sem-nome
Frutas podres são apertadas pelos anjos do juízo!