Rap


E a vida segue em múltiplos turbilhões
Como palavras num rap do Eminem.
Vez por outra se acalma, vira sonata
Nem por isso deixo as fantasias de lado
E continuo, como Lauper ou Gaga,
Me perdendo em redemoinhos de dores.

Vida que segue com fantasmas aos milhões
Como aquele cujas podres mãos já tremem
Vez e sempre a mentir numa serenata
A se lastimar como um cafona enganado
Ou ainda a chorar sua atribulada carga,
Tal qual Roberto a cantar tristes amores.

E a vida segue agarrando-se a corrimões
À Ravel, por juntar tantos sons digo Amém
Vez por outra à Young, pela poesia nata.
Enquanto jamais relevo o abandonado,
Como Parra sigo o sonho sem vida amarga
Para todos os sujeitos a viver sem cores.





 
Marise Castro
Enviado por Marise Castro em 25/05/2020
Reeditado em 29/11/2020
Código do texto: T6957743
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