MULHER DE MALANDRO

Morreu porque quis. Conhecia o marido

Sabia a peça que era, via-o bandido

Ele batia nela com gosto e vontade

Botava chifre nela sem mágoa ou saudade

Ela era sua cadela, ossos, escrava

Era um lixo que ele cuspia. Nunca lavava

Mas ela acreditava que iria mudar

Ninguém muda almas sem muito lutar

E a luta dela era calada, submissa

Mas a maldade nasceu no berço da preguiça

E ele parecia que tinha preguiça de ser bom

Ela parou de usar colar e batom

Mulher que não se cuida, é defunto de gente

Ela adoeceu. Ele tratou-a como indigente

Ela morreu. Ele não fez luto e sorriu

Na outra semana, tava com uma puta que dele pariu

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 14/04/2020
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