MULHER DE MALANDRO
Morreu porque quis. Conhecia o marido
Sabia a peça que era, via-o bandido
Ele batia nela com gosto e vontade
Botava chifre nela sem mágoa ou saudade
Ela era sua cadela, ossos, escrava
Era um lixo que ele cuspia. Nunca lavava
Mas ela acreditava que iria mudar
Ninguém muda almas sem muito lutar
E a luta dela era calada, submissa
Mas a maldade nasceu no berço da preguiça
E ele parecia que tinha preguiça de ser bom
Ela parou de usar colar e batom
Mulher que não se cuida, é defunto de gente
Ela adoeceu. Ele tratou-a como indigente
Ela morreu. Ele não fez luto e sorriu
Na outra semana, tava com uma puta que dele pariu