CARTA DE DESPEDIDA

Me perdoe. Deixo os filhos e uma fotografia

Não mereci teu respeito e o bem que me querias

Mas o mundo é maior que uma casa de tédio

Não aguentava o choro das crianças e tu sério

Minha liberdade é uma chuva que me molha

E eu não quero me enxugar. Não quero toalha

Que o sol se envenene. Quero enchentes em minha alma

Quero ser amada, cobiçada com pressa e com calma

Tempestade de feitiços não me farão mudar

Quero sentir ódios, sofrer, sorrir, sentir o estar

Quero estar viva como uma cadela

E no cio ser de quem me queira feia ou bela

Que as estrelas se cravem em meu corpo inteiro

E me façam sangrar, inundar o mundo e ligeiro!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 06/04/2020
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