O JUGO COLONIAL
Nasci debaixo do jugo colonial,
e sirvo o meu Povo descontente,
Numa luta pela vida de Potugal,
que em vez de ser só pra a minoria,
É também p'ra toda a gente,
Com o nome da maioria.
Sirvo os interesses de quem trabalha,
e hei-de lutar até ao fim,
porque a vitória já não falha.
Nem que seja bastante ruim.
Mas eu hei-de morrer plo bem comum,
por um trabalho colectivo,
e como não há nenhum,
homem que seja especulativo.
Mas a luta tem que se dar,
quer eles queiram ou não,
teremos nós que acabar,
com esta malvada reação,
que quer voltar p'ra trás,
que quer continuar co'a miséria,
E fazer voltar Salazar e Tomáz,
Pra nos liquidar a nossa vida séria.
E para isso é preciso combater
Por uma vida melhorada,
e extinguir a reação,
com uma luta avançada,
Sem medo, com o nosso poder
Fazermos nós a Revolução.
E para isso é combater combater,
pela nossa liberdade,
que nos dá razão á verdade,
Por um Futuro melhor.
Por uma melhor solução.
E depois construimos casas,
trabalho p'ra toda a gente,
Cultura e ensino e passatempo,
p'ra todas as raças igualmente.
Construimos o amor ao tempo,
Fazemos uma nova madrugada,
Só com a nossa jornada,
Montamos um Portugal novo,
que seja uma alvorada,
da vitória do nosso Povo.
Espaldamos a nossa bandeira,
da nossa camaradagem,
que será sempre a primeira,
a esvoaçar na nossa CORAGEM.
E portanto vai nos custar bastante,
Até que isso se consiga compôr,
Mas a gente é confiante.
Na alma do nosso amor,
que é o nosso querido Povo,
que quer viver em Paz.
Mas com um País Novo,
de que ele foi sempre capaz,
de lutar pelo tempo novo,
Duma guerra pertinaz
Pela liberdade.
(incompleto)
LUÍS COSTA
16/08/1974