Smartphones no metrô

Não estás aqui,

Não estou eu,

Ninguém está.

Algures alguém há,

Digitando loucamente

em algum outro celular.

É um mundo virtual,

circundado por cenários,

Passageiros e itinerários,

Pra compor o visual.

O maldito aparelhinho,

é o que se liga ao coração,

todos ficam avoados,

com os olhos embaçados,

e até perdem a estação.

Já não se nota mais a via,

Nem um rosto, nem um gosto,

Nem a noite nem o dia,

Nem um traço de presença

Que não seja desavença,

Quando acaba a bateria.