A Areia do Rio Acari
Havia preás naquele tempo da areia lavada
A qual o Velho a retirava do rio de águas acinzentadas
Que impediam a nossa travessia à margem da grama
Do modo que o rio se afundava a cada dia
O Velho brigava com ele todos os dias
E somente o tempo conseguia a trégua
A enviar a chuva e a noite para cessar
As mãos que arrastavam a pá de grãos
Era o pão de cada dia a ser retirado
Para alimentar um punhado de crias
Que vivia no barraco ao lado
Enfincado no barro do topo do morro
E o bairro se expandia à custa do Velho
Casas a ser erguidas pela riqueza da arte,
A areia garimpada pela força dos braços
E secada pelo coração da natureza
E um dia, o "Velho" se foi no redemoinho ...