Arte que me convém

Da parte que o teu legado
vem
consumar-me o desapego,
hoje vejo
que há muito mais de direito
do que supõe meu dever,
do que deduz meu passado;
 
e um prazer de ser quem és
que não te contém,
e te multiplica e revela,
à parte do que nos negam,
aos que vamos além.
 
É nesse dar-se que é teu
e meu e bem,
que eu me pego partindo
de mim:
 
alguma voz, alguma poesia
gravada no dia a dia
da arte que nos convém.


Célia de Lima






“Tudo o que move é sagrado”  Beto Guedes, Ronaldo Bastos