A UMA CRIANÇA

A UMA CRIANÇA

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Daquelas que vem vender alguns doces ou balas,

Engraxar alguns sapatos com riscos as talas,

Pedir alguns trocados as transversais de muitas esquinas,

Implorar pelo que for comer a um pequeno prato ou uma tina.

Dormindo por qualquer lugar fugindo de quem a quer agarrar,

Pedintes das sobras jogadas ao alto interessado a alguém que alcançar,

Dos mesmos que a dão as costas insurgentes dos seus preconceituoso trato,

Predispostos dos seus estereótipos dados por morarem em barracos.

Quebraduras despedaçadas pelo chão por muitos pedaços a cacos,

Das contas abastadas daquelas emprestáveis as somas colocadas nos extratos,

De quem tem status com automóveis ou algum marítimo barco,

Das pontes dormitórios pelos vãos cabíveis dos acomodados arcos.

Dos que lucram para cima desta situação por gabar,

De uma educação de que nada ajuda a levantar,

Das ruas abandonadas que restam para se andar,

A comer ou beber daquilo que vá de alguém sobrar.

Das alegrias que vão para ficar bem longe,

Dos trens com os seus vagões ou dos bancos dos bondes,

Descasos descuidados que do real a uma imagem virtual a tudo esconde,

Pelas perguntas sobre as responsabilidades em que ninguém a responde.

Ausentada as embalagens enfeitadas com fitas de panos,

As ruas que fazem parte das brincadeiras como seus acreditáveis planos,

A cada oficio transmitido as capacidades dada a cada ramo,

Orifícios esticados ao parâmetros perquiridor do interior de um cano.

Do futuro desconhecendo os famosos rumos,

Equilíbrios das classes medidas pelos meticulosos prumos,

Dos cabelos despenteados abandonados as suas incondicionais tranças,

Do que valemos como ser humano se não valorizamos as nossas crianças.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 14/09/2018
Código do texto: T6448415
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