FILOSOMISÉRIAS
FILOSOMISÉRIAS
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Por entre as sujeiras que imunda os cantos das ruas,
Dos malandros ápices das enrolações das falcatruas;
Por entre as indiferenças das caras pelos preconceitos presentes,
Andam vagando pelos espaços todos rasgados a indigentes.
Por um maltrapilho esfarrapado a quase que estragado,
Do abandono a que vive como de largado,
Mendigando as ruas arredores a dor da sua miséria,
Do sangue contaminado as imersões contagiosas das artérias.
Por não ter o que comer com a fome para se alimentar,
Distantes dos valores por não ter nada para gastar,
Platônico ou antagônico sem ter a quem possa gostar,
Das residências por onde poderia ser o seu meticuloso lar.
Esquecidos pelos buracos feitos ninhadas de ratos,
Condenados a uma sentença destroçada a seus aparatos;
Dos casos a que viram estatísticas pelos seus descasos dos fatos,
Das marquises refutáveis como das gramas como camas a matos.
Que a leva até a morte a infecção de uma doença de um corte,
Na vontade de ir pedir a um maior bondoso porte;
Das notícias em um quadro estampado a diversos recortes,
Entrevistados pelas perguntas de um microfone do repórter.
Agarrados as lamúrias das encrustadas crostas,
Dos odores insuportáveis dos excrementos a exemplo de uma bosta,
A fé oratória das missas por remissão do engolir uma hóstia,
Das contenções a prevenir os elevados com barracos nas encostas.
Pelo conformo dos hortos a que não tem,
Dos carros mais luxuosos a andar de graça em um trem,
Dos locais abandonados colocados como de seu refúgio,
Das sujeiras que despontam a higienes a fuga dos subterfúgios.
Das aparências estereotipadas comparadas a algum bicho,
A catar o que prestar nas montanhas formadas pelos lixos,
Dos tempos dos mundos esquecidos as lanças das lamentações,
A carregada miséria filosófica como de usuária de uma semente a desolação.
No transtorno a causar para a rua como estadia usada para sua acomodação.