Areia do Rio

Havia preás no tempo da areia lavada

Que o Velho retirava do rio de águas acinzentadas

Que impediam a nossa travessia à margem da grama

Do modo que se afundava a cada dia

O Velho brigava com o rio no quotidiano

E somente o tempo conseguia a trégua

Enviando a chuva e a noite para cessar

As mãos que arrastavam a pá de grãos

Era o pão de cada dia a ser retirado

Para alimentar um punhado de crias

Que vivia no barraco ao lado

Enfincado no barro do topo do morro

E o bairro se expandia à custa do Velho

Suas casas erguidas pela riqueza da arte,

A areia garimpada pela força dos braços

E secada pelo coração da natureza

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 05/08/2018
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