À UM SEGREDO
À UM SEGREDO
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Um meio de um silêncio a que nada deva contar,
Ocultado caso daquilo que devemos ao menos guardar;
Do nada pressentir selado no que é nunca pra delatar,
Proveitos íntimos dos envelopes a que é pra selar.
Da roupa preferida para enfim arrumado usar,
Do dinheiro a sobra de que se tem para gastar;
Lugares que estão a indicação para curiosidade a viajar,
De ônibus a andar ou de avião as turbinas e hélices voar.
Por uma medida das vidas que há pelo mar.
Destroços fragmentados dos enigmas da ocultação;
Animais que enterram os ossos num buraco no chão;
Cemitérios as sepulturas escondidas as assombrações,
Nos arquivos dentro das pessoas nas gavetas das repartições.
Daquilo que não se deva dizer ou falar,
Daquilo pra se guardar até ser por particular,
Privacidades que é pra se quieto conter,
Pra que de intrometido ninguém possa saber.
Dos copos de água dos descuidos a entornar,
Da vestes de baixo a que temos pra lacrar;
Daquilo que somos pelo que temos que ser,
Que ninguém ou nada tenha que se intrometer.
Das notícias que não são a que nunca anunciar,
Daquilo que devemos como interioridade a confidenciar,
À um segredo que por nada temos que revelar,
Pelo nosso oculto a sete chaves a que devemos sempre guardar.