Cultor

Estou a vê-lo sofrer

E tudo que posso

É ofereçer o calor de minhas mãos

Para poder esfriá-lo

E a curar sua febre

Vejo o seu levantar

E a escutar seu lembrar

Lembro do casebre de minha luz

Dos meus passos tortos

Do meu travesseiro robusto

Do meu nome gritado

A me dar os sustos

E volto a ver o silêncio

De um rosto amoroso

A pedir desculpas

Sem culpas

E o quebro a desenhar no quadro

Vocábulos pouco empregues

E vejo seus dedos a procurá-los

Nas páginas de um livro

O que nos conforta ...

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 29/04/2018
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