Cultor
Estou a vê-lo sofrer
E tudo que posso
É ofereçer o calor de minhas mãos
Para poder esfriá-lo
E a curar sua febre
Vejo o seu levantar
E a escutar seu lembrar
Lembro do casebre de minha luz
Dos meus passos tortos
Do meu travesseiro robusto
Do meu nome gritado
A me dar os sustos
E volto a ver o silêncio
De um rosto amoroso
A pedir desculpas
Sem culpas
E o quebro a desenhar no quadro
Vocábulos pouco empregues
E vejo seus dedos a procurá-los
Nas páginas de um livro
O que nos conforta ...