Holocausto Brasileiro
Holocausto Brasileiro
Houve um tempo sem tempo
Havia uma senzala sem escravo
Haveria socorro sem medo
Há um desinteresse do caso
Era um lugar mais distante
Muito longe da capital
Onde não havia o mirante
A observar o hospital
Eram lançados à colônia os entes
Onde o sol desancava suas peles
E as moscas varejavam as feridas
Dos carimbados doentes
Milhares de caixas a desfilar
A subir o morro dos mortos
A ser enterrados sem forro,
Os indigentes sem foro
O artista desenhou a barbaridade
Que pousava desfolhada, nua
E revelou em letras
O genocídio da sociedade
E ao redor do penar dos inocentes
Uma coroa de flores a se perdurar
Enquanto as mãos dos dementes
Atestavam o finar