Holocausto Brasileiro

Holocausto Brasileiro

Houve um tempo sem tempo

Havia uma senzala sem escravo

Haveria socorro sem medo

Há um desinteresse do caso

Era um lugar mais distante

Muito longe da capital

Onde não havia o mirante

A observar o hospital

Eram lançados à colônia os entes

Onde o sol desancava suas peles

E as moscas varejavam as feridas

Dos carimbados doentes

Milhares de caixas a desfilar

A subir o morro dos mortos

A ser enterrados sem forro,

Os indigentes sem foro

O artista desenhou a barbaridade

Que pousava desfolhada, nua

E revelou em letras

O genocídio da sociedade

E ao redor do penar dos inocentes

Uma coroa de flores a se perdurar

Enquanto as mãos dos dementes

Atestavam o finar

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 29/04/2018
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