Sem Laços

Sem Laços

Içados da cama por mãos envenenadas

Animaizinhos cansados do dia e da noite

Têm em seus cabrestos as mãos apressadas

Que manuseiam covardes açoites

Arremessados ao pátio pelas mãos viciadas

Mãos que embalam, mãos fracassadas

Pobres criaturas, filhotes sem berços

que têm do dia apenas um terço

Amansados por doces mãos destras

Libertados das cordas pesadas

O novo habitat é uma festa

Mas lá fora há mãos desesperadas

Sem laços ...

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 24/04/2018
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