Impedidos
Entre as grades da sociedade
Nossas asas atrofiam
A impedir o voo da liberdade
E a baldar a vida
Não há alvará de soltura
Para nós, condenados inatos
Não há tutela
Para nós, natos da favela
O sol nasce quadrado
Não há o horizonte
Há um monte farpado
De alta corrente
Há um rio de águas amargas
Onde vivemos à margem
A trabalhar forçados,
A terceira margem