Socorro

Eu não queria escrever mas escrevi

Porque um barulho me incomodou.

Logo o pardo céu se tingiu de anil

Mas, infelizmente, alguém nem notou.

Avenidas quietas estavam fingindo,

Mas em qualquer esquina havia inimigo.

Cães ladravam e seus donos dormindo,

Não captavam a energia do perigo.

Enquanto escrevo vejo um disco voador,

Perdido nesse espaço , sem ter direção.

Então, o dia nasce bem no intenso calor,

E ruas tremem com o grito da população.

Não assisto mais as novelas da televisão,

Bastam as cores opacas da vida real.

Miséria, fome, violência medo e corrupção

Vendem mais do que poesia, afinal.

Alguém, porém, teima em plantar uma flor

No formigueiro de pouca solidariedade.

Mas o jornal só mostra o filme de terror,

Produzido nos vários cantos da cidade.

Dei de cara com alguém revirando o lixo,

Pensei se não há uma praia diferente.

Um lugar habitado por pessoas e bicho,

Mas que ninguém tenha medo de gente.

Liberdade,liberdade, liberdade!

Solidariedade ,solidariedade!

Fraternidade,fraternidade

Caridade, caridade!

IGUALDADE!

Lucineide
Enviado por Lucineide em 15/11/2017
Reeditado em 15/11/2017
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