Luto

André levantou cheio de sonhos

E resolveu sair na rua cheio de esperança,

De que tudo ia mudar em sua vida,

Antes de colocar o pé no chão quente

Recebeu uma bala perdida na cara,

Mais um morto em minha pátria,

Poucos que agora derramam lágrimas,

Todos os dias o noticiário sangra,

E a reza é a mesma.

Crianças abandonam a escola precária,

Pelas drogas, e muitas vivem feito zumbis pela

Esquina, algumas vendendo,

Outras comprando,

Algumas em dividas,

Outras matando.

O Zé é sinistro, manda muita

Família pra fora de casa,

Enquanto os direitos humanos defende canalhas

Na cadeia, mães de família desesperada.

No planalto, que tem de corrupto,

Um lavando a mão do outro,

Com medo de ser enquadrado,

O assassinato começa no plenário.

Sustentamos o governo,

Eles roubam os nossos direitos,

Nos prometem segurança

Nos metendo o medo,

E a burguesia cada dia nascendo,

Pobre achando ser rico,

Escravo do mercado de trabalho,

Todo dia nasce mais e mais desemprego,

Crescem o imposto,

Investem no carnaval,

Vendedor ambulante marginalizado,

Para o prefeito

Tudo tem de ser registrado,

Pimenta no "sul" dos outros é refresco.

O vocabulário dos garotos estão muito avançado,

Muitos sequer sabem escrever o próprio nome,

O filho da Maria todo dia

Foge da escola.

Muitos trocaram a caneta pelo revólver,

E a página vem sendo muita gente assassinada,

A tinta é sangue,

Deixa dores, marcas profundas

De um vida desgraçada.