“É de todos”
Entre a multidão,
sigo, embrulhado numa luta
que é de todos.
Caminho, em silêncio,
recalcando meu sofrimento
que é de todos.
Sofro, por saber
que outros não sentem minha dor
que é de todos.
Sofro com os homens,
inertes, fingindo alheamento
que é de todos.
Não vou sofrer mais…
Sinto nos homens a traição
que é de todos.
(Negrelos, 22/09/1972)