FISSÕES AOS ZILHÕES...
Aqui eu canto aos zilhões dos fluxos...
Meandros tão sórdidos dos altiplanos imundos!
Aos zilhões de odores dos mortos cardumes...
Aos zilhões de vidas sob as mãos de impunes!
São zilhões de átomos já desintegrados
Pelas tantas fissões de fictícias prendas...
Vetores pungentes ...aos alienados!
Vindos dos zilhões das nobres excelências.
São zilhões que somem dos acorrentados,
Perenes escravos das inconsciências!
A doença é plena aos zilhões de fardos:
O cancro perene da obsolescência!
Cósmica chuva ácida cai dum céu nublado
Pela fumaça preta da incompetência...
Zilhões de palavras aos campos minados!
Zilhões são furtados até na decadência.
São zilhões de ossos, são zilhões de cacos!
Tudo ensacado no cenário morto
Dentre altas chamas dos carbonizados
Toda a natureza grita por socorro.
São zilhões de vidas hoje flutuadas
Num mar que sucumbe em pleno rejeito!
Das tartaruguinhas dos zilhões de ovos
Ao tudo que morre sob o desrespeito.
Vidas sobrevivem sob as vãs migalhas
Que lhes são lançadas dos púlpitos traiçoeiros!
Zilhões de absintos sob os zilhões das farras
Dos zilhões de ratos de cálices altaneiros!
São incontáveis os zilhões desfrutáveis
Do suor da face de tanta dor alheia!
Zilhões que nos roubam até do inalienável:
Nossa honra pétrea...roubada em cadeia.
Da desumana obsolescência humana
Se furta até o rio da sua corredeira!
Zilhões de lágrimas chovem qual emana
O choro do rio em queda derradeira.
Zilhões de ventres deitam no abandono
A vida de rua encena a urna cheia!
Zilhões de votos votam no engano...
Na lua escura sobre a noite inteira.
Zilhões de gritos de vidas agonizadas
Qual canto dos pássaros já sem ter aonde,
Por zilhões de frios gelam as madrugadas
São zilhões de nada...sem ter horizonte.