Extramuros
Há homens pelejando ao meu lado!
Para onde será que eles vão,
se o mundo cabo a rabo é uma prisão,
albergue do presente e do passado?
Há homens escondendo a solidão
nas calçadas, nas pontes, viadutos:
guris, adolescentes e adultos,
partículas de dor em suspensão.
No pátio da prisão há os soldados
a velar homens livres extramuros.
Lá fora os cidadãos e seus futuros
transitam sobre o sangue derramado.
Aos presos, a justiça cobra os juros
e a conta da miséria arrecadada
nos sóbrios escritórios de faixada
ou por trás dos portões de homens puros.
E assim a vida segue no escuro
a contar sua história mal contada.
Há homens pelejando ao meu lado!
Para onde será que eles vão,
se o mundo cabo a rabo é uma prisão,
albergue do presente e do passado?
Há homens escondendo a solidão
nas calçadas, nas pontes, viadutos:
guris, adolescentes e adultos,
partículas de dor em suspensão.
No pátio da prisão há os soldados
a velar homens livres extramuros.
Lá fora os cidadãos e seus futuros
transitam sobre o sangue derramado.
Aos presos, a justiça cobra os juros
e a conta da miséria arrecadada
nos sóbrios escritórios de faixada
ou por trás dos portões de homens puros.
E assim a vida segue no escuro
a contar sua história mal contada.