Zé Maria da Luz ( II)
Zé Maria da Luz
Abriu caminho com a foice da morte
desde pequenino;
Sem se quer perceber tal astucia
Andou descalço num jardim áspero
Com seus dedos grandes driblando os espinhos
para estender as mãos com buque de rosas.
Mas Zé Maria da Luz bateu suas asas e voou
De volta para casa sem nenhum arranhão
Intacto em sua alma pura de ser criatura de Deus
retornando ou seu principado
Recebido ao som de um coro de querubins.
Zé Maria da Luz
Foi como um colibri
equilibrado no vácuo do mundo
Desafiou o poder gravitacional da sobrevivência:
Essa descomunal força que puxa a vida pra baixo,
para o chão onde a criatura perde sua condição de anjo
E se transforma em homem.