Ego aflorado
A vida é uma peça teatral
Composta por vários atos
Bilhões são os artistas
Cada um produz seu texto.
Não pode alguém viver
Se o mundo é só seu
Orgulha-se de tudo
Cria muros ao seu redor
O problema do outro
É tão somente dele.
Sua mesa está farta
Dane-se quem nada tem
Morra de fome, sede.
A desgraça alheia, é alheia
Define claro o morfema
Não vivo a vida do outro
Nem deles tenho pena.
Tenho títulos, sou letrado
Sou doutor, endinheirado
Conquistei conhecimentos
Não divido com ninguém
Meu orgulho me completa
Desse modo sou feliz
Se não gosta do meu jeito
Nada posso fazer
Colhi o que plantei
Saia do comodismo
Hoje pode ser a tua vez.