A Esperança se Fundiu as Lágrimas

Com um copo de cerveja eu vago no meu passado

Sem percepção do acaso, me sentia abrasado

Era como uma penumbra ilusória

Estava numa liberdade contraditória

Mas então a vida foi pragmática

De consciência sintomática

Irradiou suas marcas com muita dor

Era escravo institucional onde a história deixou

Meu fenótipo transcende ao medo

Minha cor é morta cedo

Minha estética causa rubor

Meu corpo é desprovido de amor

A verdade apareceu, a dignidade sucumbiu

A prisão cresceu, alegria diluiu

A vida me moldou, a opressão insistiu

Descobri que ainda sou um escravo viril

Então o desespero se misturou as lágrimas

Então o desespero se misturou as lágrimas

Então o desespero se misturou as lágrimas

Vivo o tempo a crepitar

Em sonhos fugaz

Por que fui trazido pelo mar

Sou indigno de paz

Porém alguém palpitante me abraçou

Com delineado me ofertou força e amor

Então entendi que tenho aliados

E sim, foi de resistência o meu passado

Então a esperança se fundiu as lágrimas

Então a esperança se fundiu as lágrimas

Então a esperança se fundiu as lágrimas

Mais um dia a esperança será realização

A liberdade vencerá opressão

A igualdade será primazia

Então direi “Benvindo ao novo dia”.

Feito ás 02:11 da manhã do dia 31 de Julho de 2015

Obs: Essa poesia que fiz foi inspirada numa fala de uma mulher negra que se empoderou numa plenária de negros e negras no Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação (ENECOM) em Salvador e que me emocionou bastante.