Sertão do Agreste

Meu sertão, meu mundo agreste,

Esquecido recanto do Brasil,

Sob um lido céu cor de anil,

Telhado da dor, do sofrimento,

Onde, a seca assola e não cansa,

Tentando matar a esperança,

Dos sonhos pequenos do sertanejo,

Um povo patriota, simples, sofrido,

Dos deuses, também esquecido,

Do seu clamor, do seu desejo.

Olho para o céu, um Sol ardente,

Na caatinga, o mato seco queimado,

Nem mais o seriema cantando,

Apenas, o lamento e gemidos,

Sem o alcance aos nobres ouvidos

Dos magistrais da nação,

Voando sobre nós, sem olharem o chão,

Berço da miséria, aos desenganos;

Crianças morrendo antes dos cincos anos,

Onde, há tanta água debaixo do chão.

Miséria humilha, muda caminhos...

Por enquanto, a fé nos engana,

Junto as vis promessas mui sacanas,

Que o povo, nem mais crer nem ouve;

Sem regar querem colher bons frutos?

Vida faminta, faz guerra, embrutece,

Perde o pudor, o amor esquece,

Não teme as regras, destrói o muro;

Vida é para todos, repartam pão!

Trabalho, saúde, educação,

Fecham os cárceres no país do futuro.

Valmy
Enviado por Valmy em 13/02/2015
Reeditado em 23/07/2015
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