RÉQUIEM PARA UM HOMEM E UMA FLORESTA QUE MORREM
O camponês Adelino Ramos
foi assassinado no brasil,
no estado de Rondônia,
no dia vinte e sete de maio
do ano de dois mil e onze,
na cidade de vista alegre.
A árvore da vida
perdeu um de seus ramos.
A vista perdeu a alegria.
Os povos da floresta choram.
Os latifundiários,
que apertaram o gatilho,
comemoram.
O governo emite notas.
A polícia federal promete apurar,
como se todos já não soubessem quem matou.
Morte barata, banal e anunciada,
operada, em meio a sorrisos,
pelas mãos sujas de sangue da jagunçada.
Daqui a pouco, o esquecimento.
Chico Mendes é somente nome de fundação.
Da Irmã Doroty Stang,
- rima pobre com “bang” -
hoje, pouco se fala.
Até que o silêncio do medo
seja rompido, de novo, por uma bala,
por mais um defensor da mata,
que morre. . .
por mais um pedaço da mata,
que também morre. . .
Enquanto, dentro das consciências,
o grito de protesto mais uma vez se cala!
- por JL Semeador de Poeias, em 29/05/2011 -