O último poeta do sertão

Raios de sol, pô, sede, amargura...

Em poucas palavras sofrimento

A dor dentro do peito

E a angustia no pensamento.

No leito da vida há morte

Que reina em toda a manhã!

Nessa terra abençoada nem o sabia canta

Pois até a palmeira já morreu sem esperança.

Tempo bom era aquele de conselho

Onde a revolta era nosso alimento,

A nossa fé, nosso escudo...contra o absurdo

Que dominava o sertão

E fazia a panela cozinhar ilusão.

Tempo! Até isso levaram daqui!

Sentimentos?

É traduzido pela esperança

Que habita em algum lugar no canto da garganta.

Ontem já faz tanto tempo

O amanhã ainda nem existe

Diante disso é esperar

Por algum olhar

Ou simplesmente lutar

E viajar para o lugar onde

A gente de Antônio Conselheiro está!

A noite cala minha viola

E a minha voz...

Mas nada me faz parar de pensar...

E assim continuo minha poesia

Em silêncio

Sem ninguém para me ver rimar!

Vagner Alves
Enviado por Vagner Alves em 08/06/2013
Código do texto: T4331765
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