O último poeta do sertão
Raios de sol, pô, sede, amargura...
Em poucas palavras sofrimento
A dor dentro do peito
E a angustia no pensamento.
No leito da vida há morte
Que reina em toda a manhã!
Nessa terra abençoada nem o sabia canta
Pois até a palmeira já morreu sem esperança.
Tempo bom era aquele de conselho
Onde a revolta era nosso alimento,
A nossa fé, nosso escudo...contra o absurdo
Que dominava o sertão
E fazia a panela cozinhar ilusão.
Tempo! Até isso levaram daqui!
Sentimentos?
É traduzido pela esperança
Que habita em algum lugar no canto da garganta.
Ontem já faz tanto tempo
O amanhã ainda nem existe
Diante disso é esperar
Por algum olhar
Ou simplesmente lutar
E viajar para o lugar onde
A gente de Antônio Conselheiro está!
A noite cala minha viola
E a minha voz...
Mas nada me faz parar de pensar...
E assim continuo minha poesia
Em silêncio
Sem ninguém para me ver rimar!