Republicanos , pois bem
Republicanos, pois bem...
Grande porcaria és
homem de pouca fé
e de muita vaidade.
O céu caiu em gotas de sangue
naquele dia.
Morte e vida entrelaçaram-se
numa dança macabra.
A monarquia havia caído.
A República avizinhava-se,
o indígena também comemorou
e a promessa de esperanças
renascidas pelos tempos
chegava mais perto.
Quão rubra é a sua mão
tupi-guarani pele-vermelha?
Tão escarlate quanto é a tua,
homem-branco.
Cheia de sangue
dos inocentes de outrora
e os de hoje,
porque continuas a matar.
Viva a República!
Nova esperança no ar.
Nova pátria veio, viu e venceu,
mas a situação
dos indígenas permaneceu a mesma
Hoje, homens garbosos
de fronte altaneira
mas com tão imundo espírito
vem se chamar republicanos.
E o índio continua
a morrer sem dignidade.
Nem brasileiro é chamado.
Republicanos, pois bem.
Grande porcaria és,
homem de pouca fé
e de muita vaidade.
Não te chames republicano
que de República estamos tão
fartos quanto de qualquer monarquia.
República fajuta
não auxilia o indígena
em nada e ainda atrapalha...
Republicanos, pois bem...
Grande porcaria és
homem de pouca fé
e de muita vaidade.