Impunidade
Impunidade
De soslaio vejo o crime que acontece.
Apenas de soslaio.
O inocente morre e o criminoso foge,
Ileso,
Impune,
Descaradamente.
A mãe desconsolada vela o filho morto.
Uma família em luto segue o lúgubre féretro
A caminho da morada eterna.
E o pesadelo eterno dura a eternidade
De toda uma vida que não tem mais paz
De uma eterna vida em busca de justiça
Olhos que secaram de tanto chorar
Tentam enxergar a luz da justiça
Que nunca reluz.
E de soslaio vejo a luta travada
Entre justo e injusto. E quem vencerá?
A resposta é a que todos conhecem:
O justo perecerá.
Já não posso dar meu testemunho
De tudo o que vi
Mesmo de soslaio.
Pois a minha língua já não mais existe
Ele foi tirada quando ameacei
Falar a verdade quando de soslaio
O crime notei.
E assim caminha a impunidade.