Impunidade

Impunidade

De soslaio vejo o crime que acontece.

Apenas de soslaio.

O inocente morre e o criminoso foge,

Ileso,

Impune,

Descaradamente.

A mãe desconsolada vela o filho morto.

Uma família em luto segue o lúgubre féretro

A caminho da morada eterna.

E o pesadelo eterno dura a eternidade

De toda uma vida que não tem mais paz

De uma eterna vida em busca de justiça

Olhos que secaram de tanto chorar

Tentam enxergar a luz da justiça

Que nunca reluz.

E de soslaio vejo a luta travada

Entre justo e injusto. E quem vencerá?

A resposta é a que todos conhecem:

O justo perecerá.

Já não posso dar meu testemunho

De tudo o que vi

Mesmo de soslaio.

Pois a minha língua já não mais existe

Ele foi tirada quando ameacei

Falar a verdade quando de soslaio

O crime notei.

E assim caminha a impunidade.

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 26/03/2007
Código do texto: T426479