centro da cidade
em plena cidade o tempo é a pressa
e a competição que não traz alegria
na hora do almoço a ordem é essa
não há o que impeça o sabor da agonia
na fila da van, o vestido colado,
os olhos azuis, o traseiro divino,
quem corre não pensa em tê-la a seu lado
não há na cidade o sonho-menino
e se há por ventura alguma esperança
é quando a tarde descansa cinzenta
e sobram nos bares os restos do dia
e aí se conversa sobre o que não cansa
ou sobre os desejos que nunca se inventa
mas só quando sobra uma mesa vazia