JUDAS
Judas ainda sorriu
E nem era mês de abril
Ou hora do café
Mas tinha na mão
Um pedaço de pão
Que alguém lhe deu
Afastou para o lado
O prato de comida
Onde havia cuspido há pouco
Sem ninguém perceber
Virou as costas
Deixando o beijo na boca
E a fala rouca
Deixando atrás da porta
A cortiça, oca
Deixando a tristeza habitar
A casa que quis lhe amar
E o vento apenas balançou a forca
Onde ficará o remorso
Que irá sentir
Depois que de suas andanças
Acordar
Arnoldo Pimentel