Criar é Preciso (a 4 mãos)

(Célia de Lima, Ederson Peka)

Criar, meu amor, é preciso,

em tempos de crise,

meios de mudar.

Criar em poema e processo,

trabalho e recesso,

razões de atuar.

Cuidar, meu amor, é preciso,

das mil sementeiras

dos nossos quintais.

Cuidar, sim!, do antigo e do novo,

em tempos de seca

ou de temporais.

Mostrar, meu amor, educar

mais do que ensinar...

Dar tempo e guarida...

Seguir o impulso intrínseco

ao pulso da Vida

-transformar.

(Sonhos não são acaso:

Sempre é preciso criá-los!

São casos de amor sem fim!

Desafiando os atrasos,

Os revéses e os abalos,

E obstáculos afins...

Criando caso co'acaso,

Com os astros, co'o descaso,

Co'as incógnitas estrelas:

Recriá-las, reacendê-las

Em mim...)

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