RODAMOINHO
Neste rodamoinho sou apenas mais um na multidão.
Às vezes me sinto sem chão;
Vou rodando, rodando nesta escravidão.
Escravo do tempo, do dinheiro e do consumo,
desse jeito eu quase sumo.
Corro, mas não vou a lugar algum,
pois a escravidão me tomou o sonho de liberdade.
Sou livre para voar, para caminhar...
Aonde vou parar?
Sou escravo de mim mesmo, escravo do ego e do medo,
sou escravo de tudo e de todos.
E, nesta imensidão,
um momento de reflexão:
escravo da indignação,
da ira e da imperfeição.
Então volto a refletir;
analiso o que está por vir.
E continuo nesta dança
de roda de criança.
A vida então nos sorri,
trazendo a esperança.
Há sempre uma luz no fim do túnel;
então podemos ir à frente.
Vamos, sem demora. Deixemos de pessimismo,
pois estamos a compartilhar este sorriso.
Não devemos desanimar,
pois há muito ainda para andar.
Por mais longa que seja a caminhada,
as pernas não podem ficar paradas,
esperando o cair da noite que, às vezes,
nos traz aquele velho medo e dúvida.
Indecisão não é bom, não faz bem,
pois vamos muito mais além.
Aleksei Valadão