Princesa na esquina
Bateu 23:08 ela beija seu filho
E mais uma vez foi visitar o inferno
Sonhando com o paraíso
Botou sua roupa mais vulgar
E se pois a esperar no poste
Espera dinheiro, torce pra morte
No começo a dor era tão física
Agora tão dolorosamente emocional
Deseja que os clientes venham
Deseja que eles morram antes
Disfarça sua frustração e sofrimento
Em uma forçada expressão provocante
Há muito tempo ela deixou de acreditar
No filme Uma linda mulher
Um Fusca para
É mais um capeta/cliente à espera
Ela exige cento e cinquenta
Aceita quarenta
Seu corpo desgastado e surrado
já não vem mais lhe ajudando nas negociações financeiras
Leite imundo que suja meu corpo
Inunda minha boca santa de pecado e ânsia
Vazio
Desgosto
Quisera( tão bom) ser resultado do amor de um homem
Não do prazer de um bêbado
Ao menos pela manhã meu filho tomará leite ninho
Troca injusta
Com o instrumento de trabalho
machucado e inchado
Ela anda pelas esquinas suportando a dor dos calos
Causados pelos altos sapatos
De Vinte e cinco de março
Logo pela manhã ela volta a ser crente
Exibindo o falso cargo de atendente
Pobre coitada
Princesa explorada
Enxugue suas lágrimas
Da pia do banheiro!
Enxugue direito do rosto pro seu filho não perceber!
Nem tudo se vale pelo dinheiro
Pudera eu abraça-la
e ama-la
Tento entender seus motivos e motivações
Escolhas tortas e dolorosas
Quisera eu que ela conhece-se a dignidade , superioridade
De ser empregada
Manicure
Faxineira
Catadora de latas