Princesa na esquina

Bateu 23:08 ela beija seu filho

E mais uma vez foi visitar o inferno

Sonhando com o paraíso

Botou sua roupa mais vulgar

E se pois a esperar no poste

Espera dinheiro, torce pra morte

No começo a dor era tão física

Agora tão dolorosamente emocional

Deseja que os clientes venham

Deseja que eles morram antes

Disfarça sua frustração e sofrimento

Em uma forçada expressão provocante

Há muito tempo ela deixou de acreditar

No filme Uma linda mulher

Um Fusca para

É mais um capeta/cliente à espera

Ela exige cento e cinquenta

Aceita quarenta

Seu corpo desgastado e surrado

já não vem mais lhe ajudando nas negociações financeiras

Leite imundo que suja meu corpo

Inunda minha boca santa de pecado e ânsia

Vazio

Desgosto

Quisera( tão bom) ser resultado do amor de um homem

Não do prazer de um bêbado

Ao menos pela manhã meu filho tomará leite ninho

Troca injusta

Com o instrumento de trabalho

machucado e inchado

Ela anda pelas esquinas suportando a dor dos calos

Causados pelos altos sapatos

De Vinte e cinco de março

Logo pela manhã ela volta a ser crente

Exibindo o falso cargo de atendente

Pobre coitada

Princesa explorada

Enxugue suas lágrimas

Da pia do banheiro!

Enxugue direito do rosto pro seu filho não perceber!

Nem tudo se vale pelo dinheiro

Pudera eu abraça-la

e ama-la

Tento entender seus motivos e motivações

Escolhas tortas e dolorosas

Quisera eu que ela conhece-se a dignidade , superioridade

De ser empregada

Manicure

Faxineira

Catadora de latas

Tamy Xavier
Enviado por Tamy Xavier em 22/04/2012
Reeditado em 28/04/2012
Código do texto: T3627370
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