O catador de lixo

Que tristeza

do catador de lixo.

Roupa rasgada,

pele cansada

um crucifixo.

Anemia,

sacola vazia.

Cadê a alegria?

do catador de lixo?

No lixo não há nada.

Não há nada de lixo.

Brinquedos quebrados,

desprezados

por capricho.

O que faz aí meu senhor?

Sai daí catador.

O lixo não tá na rua,

nem no cesto de fartura

do exagero humano.

A comida, o cereal,

do jantar afinal

não é lixo,

é sobra, é engano.

Agora, se quer a fartura,

o lixo real,

ouve a música atual

que encharca o ouvido.

Ouve, escuta

a mensagem artificial,

sem amor, sem sentido.

Ela pouco cantarola,

mas vai encher sua sacola,

meu nobre amigo.

LUCIANO AUGUSTO
Enviado por LUCIANO AUGUSTO em 29/01/2012
Código do texto: T3468781
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