A PESTE
A PESTE
E do páramo maligno, vinda de ventres etéreos,...
Aterra nos cerúleos espaços da aurora terrestre.
Regurgita tua sanha em pélagos venéreos
E o humano ser supremo, foi teu mestre...
A imunodeficiência adquirida saiu do sacrário
E agora desfia teus preconceitos na candura hipócrita
Do estendal melancólico de uma sociedade incógnita.
E os prazeres notívagos, os gozos da cama, é-nos temerário.
A peste não é homossexual e tão pouco invalida o amor
Ela veio ensinar-nos a não mais amarmos como amador.
As manchas que mancham,... O cabelo que cai, a pele que gela...
É a caridade gritando por um fraternal abraço no irmão magricela.
A alvorada peregrina por dentre sóis palinuros
E dilui os nimbos brumosos dos céus impuros
É como a alma que anseia por uma limpidez,...
Fugidio das procelas de sua existência em chaga.
Os acúleos da desgraça são-nos uma lição merecida
Para que essa raça não mais banalize a vida.
Necessitamos aperfeiçoar nossos sentimentos
Para que os vindouros flagelos modernos
Não nos alquebre na crueza de sermos seus instrumentos.
CHICO DE ARRUDA.