A prisão

O espaço vazio que me cerca

Estranhamente mostra-se opressor

Não vejo o aço frio de seus grilhões

Mas meus pulsos sangram e eu sinto muita dor.

Encontro-me em uma cela invisível

Da qual não existe meio de escapar

Vou aos lugares mais remotos, mais longínquos

E, no entanto, não consigo me esquivar.

Sou um escravo de senhores que inexistem

Mas que controlam e que dirigem os meus passos

Sinto-me livre e ao mesmo tempo encarcerado

Como soltar-me se não vejo os laços?

O que eu como, o que eu visto e o que eu ouço

Pouco ou nada dependem do meu gosto

São decisões tomadas por pessoas

Das quais eu nunca vi sequer o rosto.

Até a profissão que eu exerço

Incrivelmente não fui eu que escolhi

Desde pequeno eu venho sendo norteado

Para estar inevitavelmente aqui.

Nem se sei se meus são estes pensamentos...

Talvez, quem sabe com um mínimo de sorte

Eu possa escapar desta prisão

Ainda que seja com o auxilio da morte...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 03/01/2012
Código do texto: T3420292
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