IRA
IRA
E o augúrio da ira faz-se soberano...
Àquele que traz no coração essa apouca
De um digno mundo faz-se tirano,...
Jamais verás a alfombra da paz que te alouca.
Oblitera do teu passado etereal,...
O nascimento! A vida que lhe foi doada...
Agora, já morta em ti à vida que lhe é amaldiçoada
Teu nervoso corpo é sensação em funeral.
Vomita tuas fezes de piche...
Para saciar tua covarde afeição ao mal
E apega-se no teu suplício com fetiche
Pleiteando ser, uma diferença bestial.
A raiva nada mais é, que o alarde dos ignorantes.
E é tão intrínseca em arrogantes,...
Nos filhos isentos de apreço e de cultura.
Ora! Guarde para ti essa amargura.
Fuja de mim! Ave de mau-agouro
A tua pequenez é teu sangradouro
Não se instalará na minha alma d’alva.
Obtempera-te diante desse sinistro
Reverdecerá em teus passos a poesia
E não se instalará em ti o anticristo.
CHICO DE ARRUDA.