ÚLTIMOS PASSOS

ÚLTIMOS PASSOS

Os primeiros passos sem andar.

As primeiras palavras a balbuciar.

Aprendemos a chorar

Para reclamar

E na dor, é só berrar.

O sorriso inocente no chacoalhar.

Coisas que ficam... Lembranças, e soletram na mente.

Braços que se abrem, a abraçar o mundo

Professoras pelas quais nos apaixonamos

Somos os donos sem mundo

Nas proibições nos apaixonamos.

O alvorecer da juventude

A tão desejada puberdade

... Os pêlos da idade.

O corpo encorpa

A voz conota

A mão engrossa

O pigmeu cresce

...

As novas formas

Tomando forma.

Olhos de alto brilho se envaidecem

Com as novidades.

A primeira ereção

Mulheres que ansiamos nos deitar

Revistas para nos masturbar.

Deleitamos toda nova sensação.

A liberdade oprimida

Idéias a revolucionar

Sonhos a realizar

Pesadelos a sonhar

A confusão sem lugar.

Geração desmedida.

Coisas que fincam... Saudades, e soterram a mente.

Nossos pais colocamos na balança

Do amar e odiar

Relutamos a aceitar

A mão para nos guiar.

Entramos na dança

Sem regras a seguir

A energia a fluir

A moda é,... Infringir.

Hoje, falamos sem pronunciar

Esbravejamos sem nos enraivecer

Sorrimos sem se alargar

Embriagamos-nos sem beber.

Enxergamos o que muitos não podem ver

Não nos deixamos apiedar... .

Trôpego ancião um dia vai ser.

Lembranças irão se pronunciar

Saudades vão se alargar

Jamais vão-nos empurrar

Porque o seu dia vai chegar.

E não vai desejar perecer

No seu esquecer.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 30/08/2011
Código do texto: T3190770
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