SIMPLÓRIO
SIMPLÓRIO
Num harém de existências transitado por todos nós
Quem tem a oportunidade de expressar bons sentimentos
De compartilhar e agradecer todos bons momentos
São os que passam a gabar-se das benesses privilegiadas.
Em suas audições falantes
São exímios angustiantes.
Incapazes de auxiliar vidas necessitadas
Encarceram em seus cérebros de noz
Todo afã de ser afetuoso com seu irmão
De suas bocas só blasfemam reprovação.
No limiar de suas depressões
Na movimentação de suas cadeiras rolantes
Ou na sorte de suas convulsões
É que seus olhos falarão fechados.
Seu próximo que desprezastes antes
Será aquele que cuidará de tuas purulentas feridas.
Encontrara conforto no abrigo dos desafortunados
E improfícuo que se tornaste
À sua alma retornaste
Na bem-querença de pessoas por ti preteridas.
Passamos muitas vidas tentando
Simplesmente dizer “te amo”.
CHICO DE ARRUDA