UNS QUANTOS MEDÍOCRES

UNS QUANTOS MEDIOCRES

De minha cadeira observo os festeiros

No whisky encorpado, me embriago na sobriedade.

Vejo um a um das suas vidas forasteiros

Gostariam de ser o oposto imposto pela sua sociedade.

Foram domesticados para ser a continuidade

E não há rebelião contra esse direcionamento

Suas fantasias foram absorvidas na clandestinidade

Sobrecarregam seus ombros com a tensão do acomodamento.

Todo aquele diferente é visto sem ser enxergado

Se não se enquadrar no seu mundo albergado

Deve ser excomungado.

Alguns invejam os de atitudes despojadas

Passam a ser especulados ao extremo.

Têm ânsia de saber

Como seria viver

Na emoção de fazer

O que bem entender.

Mas as suas perspectivas estão alojadas

Em seu cotidiano supremo.

Roupas de boas marcas

Restaurantes sofisticados

Carro é o bem mais valorizado

Aos domingos, as igrejas são suas cargas

Mascaram sorrisos consignados

Fofocam do desafortunado.

Corto o salão do baile com sofrimento

Para reencher meu copo de encorajamento

E ouço comentários de envilecimento

Percebo que os que pensam ser ricos, têm atos de empobrecimento.

Que lugar é esse onde todos são julgados!?!?!?

Não pretendo mais voltar para essa cidade de réus

Quero ser o juiz das minhas atitudes condenatórias

Para não morrer no arrependimento dos sem coragem.

Esses uns quantos medíocres sentenciados

Que pensam voar por todos os céus

É a mais cruel forma de pena vexatória

Para os que somente admiram a sua imprópria imagem.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 24/08/2011
Código do texto: T3179277
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