UNS QUANTOS MEDÍOCRES
UNS QUANTOS MEDIOCRES
De minha cadeira observo os festeiros
No whisky encorpado, me embriago na sobriedade.
Vejo um a um das suas vidas forasteiros
Gostariam de ser o oposto imposto pela sua sociedade.
Foram domesticados para ser a continuidade
E não há rebelião contra esse direcionamento
Suas fantasias foram absorvidas na clandestinidade
Sobrecarregam seus ombros com a tensão do acomodamento.
Todo aquele diferente é visto sem ser enxergado
Se não se enquadrar no seu mundo albergado
Deve ser excomungado.
Alguns invejam os de atitudes despojadas
Passam a ser especulados ao extremo.
Têm ânsia de saber
Como seria viver
Na emoção de fazer
O que bem entender.
Mas as suas perspectivas estão alojadas
Em seu cotidiano supremo.
Roupas de boas marcas
Restaurantes sofisticados
Carro é o bem mais valorizado
Aos domingos, as igrejas são suas cargas
Mascaram sorrisos consignados
Fofocam do desafortunado.
Corto o salão do baile com sofrimento
Para reencher meu copo de encorajamento
E ouço comentários de envilecimento
Percebo que os que pensam ser ricos, têm atos de empobrecimento.
Que lugar é esse onde todos são julgados!?!?!?
Não pretendo mais voltar para essa cidade de réus
Quero ser o juiz das minhas atitudes condenatórias
Para não morrer no arrependimento dos sem coragem.
Esses uns quantos medíocres sentenciados
Que pensam voar por todos os céus
É a mais cruel forma de pena vexatória
Para os que somente admiram a sua imprópria imagem.
CHICO DE ARRUDA.